- Hannah escreve esse livro tentando entender o que aconteceu na Alemanha nazista
- Plano prático – narrativa histórica – “Anamnésis” da experiência europeia no séc. XX
- O texto do Freud é teórico, mas o da Hannah é uma narrativa prática do ela ela viu durante sua vida
- É uma narrativa histórica, em que Hannah faz uma anamnésis, ou seja, uma lembrança proposital, um dever de memória
- O livro é uma lembrança proposital como objetivo de responder a pergunta “como foi possível o nazismo acontecer?”
- Anamnésis: Ação de lembrar – lembrança propositada: dever de memória
- Ela diz que aparentemente a democracia estava instaurada na Europa, então como que dentro de uma sociedade que acreditava ser democrática, pôde acontecer algo assim?
- Plano prático – narrativa histórica – “Anamnésis” da experiência europeia no séc. XX
- Sociedades burguesas – “atomização social” – sociedade competitiva
- Os regimes autoritários apareceram em sociedades burguesas
- “Atomização social”: cada um vivendo por si, as pessoas se atomizam e se desconectam de tudo
- Exemplos atuais: uber, über eats, entregadores
- Consequentemente, a sociedade é competitiva
- Antes, as pessoas estavam muito mais ligadas a um grupo social, os sindicatos eram mais fortes, as classes tinham mais força
- Ela vai encontrar uma causa para isso, que é a sociedade capitalista, individualista, competitiva, em que cada um vive para si
- O modo predominante de vida, pautado no trabalho, na competitividade, no investimento próprio
- Sociedades burguesas – “atomização social” – sociedade competitiva
- A crise econômica cria campo propício para a entrega ao fanatismo (anos 20 e 30 na Alemanha, sobretudo depois de 1929, com a quebra da bolsa de NY)
- Logo que termina a guerra, a Alemanha passa por um período muito instável, mas de 1921 a 1929, a Alemanha da sinais de que seria possível sua reestabilização econômica. Então, veio a crise de 1929 e a Alemanha entra em colapso, pois tinha como atividade importante vender para os EUA. Nesse cenário, as pessoas ficaram desesperadas, com medo, criando um campo propício para o desenvolvimento do fanatismo
- Individualização extrema
- A crise econômica cria campo propício para a entrega ao fanatismo (anos 20 e 30 na Alemanha, sobretudo depois de 1929, com a quebra da bolsa de NY)
- A Europa havia, aparentemente, consolidado valores democráticos
- A Alemanha era uma potência cultural e acadêmica. A Itália também
- Com a liberdade de expressão e valores aparentemente democráticos, existia espaço de fala para que o partido nazista aparecesse
- Ela faz uma reflexão muito próxima da do Freud. Max Weber dizia que tínhamos passado por uma racionalização, mas o nazismo surgiu em uma sociedade culturalmente avançada, teríamos mesmo passado por essa racionalização?
- A Europa havia, aparentemente, consolidado valores democráticos
- A sociedade que não se importava com política – os indiferentes
- Os apolíticos: pessoas que odiavam, igualmente, todos os partidos
- Ela afirma que o nazismo vai nascer e tomar força dessa tolerância, da inércia da população em face dos atos nazistas
- O totalitarismo não cresce nos radicais, mas na tolerância dos indiferentes, nessa grande maioria silenciosa, que ela vai chamar de “ralé”
- “Sociedade silenciosa mesmo quando percebia os primeiros sinais de violência (fazendo das liberdades democráticas sua escada para o poder)
- Setores indiferentes ao mal e ao crime: história do nazismo
- A sociedade que não se importava com política – os indiferentes
- A “ralé” (conceito arendtiano) – “os filisteus”
- Ralé: para nós significa pobres, incultos. Mas, no conceito de Hannah Arendt essa expressão não foi usada para designar uma classe social, mas sim para designar pessoas “canalhas”, que são capazes de pequenas trapaças, que não pensam coletivo, se importam somente por si. Essa parte da sociedade não cometia os crimes nazistas, mas também não estavam se importando com isso
- O autoritarismo é minoria, mas conta com a tolerância da maioria
- Os líderes nazistas não eram pessoas importantes, geniais, eles eram filisteus, que seriam pessoas imediatistas, que só pensam em si, pessoas medíocres, que antes do nazismo eram “fracassados” e, durante o sucesso do governo, só pensavam em suas próprias fortunas e não no coletivo da Alemanha
- Mas, a população queria desesperadamente acreditar em alguma coisa
- A “ralé” (conceito arendtiano) – “os filisteus”
- Os autoritários buscam o poder pelo próprio gozo do poder, nada mais
- Filisteus, poscritos, ambiciosos
- As pessoas que tinham poder na Alemanha Nazista não tinham nenhum projeto concreto, eles não tinham nada bom a oferecer, eram pessoas imediatistas, que só pensam em si, que não pertenciam a nenhuma classe específica
- Sociedade sem classes: sem redes sociais, que são aquilo que exige coisas do governo, que deixam o poder mais frágil
- Filisteus, poscritos, ambiciosos
- Atomismo social e apatia política (sociedade capitalista)
- A sociedade alemã estava completamente descentralizada, sem redes sociais, as pessoas estavam atomizadas, abrindo brexa para o crescimento do nazismo
- Com a sociedade moderna de consumo, que é competitiva, essas, cada um trabalha por si e sustenta sua própria casa. A sociedade capitalista formou uma sociedade atomizada. A nova organização social de competitividade, formou uma novo tecido social, atomizado e muito propício ao surgimento de regimes totalitários
- Uma grande parte da sociedade alemã era apoliítica, apática, não queriam se envolver e não tomavam conhecimento daquilo que estava acontecendo
- Atomismo social e apatia política (sociedade capitalista)
- Crítica de Arendt ao anti-intelectualismo (falta de inteligência)
- Para o funcionamento de um regime de massas, é necessário que as pessoas não estejam pensando direito
- Esse regime vai ter que conviver com o fanatismo de baixíssima capacidade crítica
- Aquelas pessoas que começam a criticar esse sistema de forma racional, tornam-se inimigos desse sistema
- Crítica de Arendt ao anti-intelectualismo (falta de inteligência)
- A verdade como mera questão de força
- A verdade não é uma questão de ser ou não ser verdade, mas sim uma questão de pressão e repetição infinita
- Agir estratégico sem ética nenhuma. Fabricam-se mentiras, pulverizando-as, sem ética nenhuma
- Poder e esperteza: não há preocupação com a ética, há brutalidade e violência (isso afasta os lúcidos do debate político)
- Fazer política por meio da violência é uma forma de fazer política de baixo nível
- Começa um processo de brutalização do espaço político (intimidação, ameaças; ex: S.A.)
- No caso de Hitler, o fato dele agir de forma antiética, era uma esperteza
- A verdade como mera questão de força
- Insegurança econômica
- Os efeitos do medo
- As pessoas agressivas são as mais inseguras de si, tensas, que tem medo
- Os efeitos do medo
- Insegurança econômica
- A fragilidade da democracia (uma minoria pode governar, valendo-se da apatia dos demais)
- Os indiferentes abriram espaço para uma minoria governar
- Ela defende que a militância, a mobilização política seria muito importante