Compilado Prova 1 – Filosofia e Hermenêutica Jurídica

Psicologia das massas e análise do eu

  • Nesse livro, Freud analisa as massas de longa duração, com o objetivo de entender como as organizações sociais se mantém coesas, como elas se formam
  • Ex: o que faz com que as pessoas participem de uma igreja, de uma organização?
  • Ele estava muito preocupado com o avanço do nazismo e do comunismo
  • Para Freud, o que faz as pessoas se organizarem em um grupo social é a libido, o eros, o “tesão”
  • As massas se organizam para repelir algo ou para desejar algo ( amor e ódio)

Conceitos Preliminares sobre o livro Psicologia das Massas e Análise do Eu

  • Teoria do Recalque (Primeiros estudos de psicanálise e interpretação dos sonhos – 1900)
      • O recalque aparece nos primeiros textos que o Freud escreveu sobre psicanálise, inclusive no livro chamado interpretação dos sonhos
      • Todos nós temos uma fragilidade em alguma ponto, somos minoria em algum aspecto da vida
      • Freud diz que as pessoas sofrem por isso e esse trauma é um recalque
      • Não conseguimos enxergar bem esse recalque, então ele fica introjetado
      • Todas as pessoas são recalcadas e esse recalque pode resultar, em algum momento, em atitudes cruéis ou agressivas da pessoa
      • A pessoa transforma esse trauma em ódio/raiva
    • Ex: boa parte das pessoas que cometeram crime por homofobia, são homossexuais ou tem fortes impulsos homossexuais. Boa parte dos pedófilos, sofreram abuso sexual na infância etc
    • As pessoas recalcadas são as pessoas que já sofreram com algum tipo de coisa
    • Mas, o recalque também tem efeitos positivos, como vontade de reagir
    • No psicologia das massas, Freud diz que algumas pessoas são perversas, mas não podem expressar essa perversão (Ex: racistas, homofóbicos). Mas, quando um líder apoia essa perversão, eles o apoiam
      • Os recalcados tendem a apoiar os movimentos de massa que reflitam sua perversão, em virtude de seu recalque
  • “Eu”e “Super eu” (ou superego) , “Ideal do eu”
    • Ideal do eu: aquilo que nós queríamos que fosse o eu (também chamado de superego ou super eu)
    • O super eu é o eu projetado pela pessoa, aquilo que ela deseja ser (ex: um bom filho, um bom advogado). Esse super eu não tem defeitos
    • Então, tentando alcançar o super eu nós agimos de certa forma (ex: estudar, malhar, trabalhar)
    • O super eu limita o eu
    • A gente vive essa tensão entre o eu e o super eu e, exatamente devido a força do super eu é que nós evoluímos. Sem o super eu viveríamos de uma forma mais aproximada aos animais
    • O super eu tem a ver com nossa ansiedade
  • “Eu” (ou ego) e id (ou isso)
    • O eu é diferente do que o Freud chama de “Id”
    • Ego: Está dividido em eu organizado e inconsciente (desogarnizado)
      • Eu organizado: aplicado à realidade
      • Inconsciente: desorganizado
    • Id: Puro prazer, pulsão pura, não existe o não e nem a morte
      • É o ser humano sem limites, que não conhece o não
      • Ex: quando nós bebemos, é como se o eu se misturasse com o id. O eu tem uma “castração”e o id funciona sem limites
      • Ex: as afeminas inibem o eu e liberam o id , a pessoa fica sem medo da morte, sem limites (a afetaria foi muito utilizada nas guerras)
      • Também chamado de “isso”
    • A massa funciona mais no id, as pessoas fazem coisas que não fariam fora dela
    • Dentro de nós o id não é o subconsciente. O eu tem o consciente e o inconsciente. Quando estamos com a consciência alerta, o inconsciente fica “inativo”. Quando dormimos, por exemplo, o inconsciente fica livre, possibilitando sonhos que fogem à instância moral da pessoa. Mas é diferente do id, este está presente em nossa vida quando estamos acordados e se revela em determinadas situações, como quando estamos bêbados ou quando “chutamos o balde”
  • Narrativa da horda e do pai primordial (Totem e Tabu – 1913)
    • Em um tempo primitivo/arcaico, existia um pai primordial que era o líder da comunidade. Esse pai era cruel com todos,  fazendo com que todos caçassem, buscassem alimento, madeira etc e somente ele tinha sexo livre com todas as mulheres da horda. Um dia, os membros da horda assassinam o pai primordial. Depois, decidem fazer um banquete macabro, comendo-o. Após o banquete, vão dormir, livres. Então, eles tem pesadelos como se eles fossem o pai primordial e quando acordam o teriam interiorizado e passam a agir como ele (caçar, buscar comida, lenha etc).
    • Essa é uma teoria freudiana para explicar o comportamento humano
    • No início, somos limitados pelos nossos pais ou responsável e repudiamos isso. Mas, posteriormente, interiorizamos isso
  • O mito de Édipo (para Freud haveria uma transmissão filogenética do “Complexo de Édipo”, “do pai primordial”)
    • O Freud acredita em uma transição filogenética desses valores. Para ele, nós carregamos no nosso corpo milhares de anos, nós somos uma evolução e nosso intelecto foi desenvolvido por muito tempo para que fosse possível nossa sobrevivência. Trazemos conosco toda nossa história genética. Essa forças que trabalham dentro da gente foram forças importantes para nossa sobrevivência. Então, quando uma pessoa age com fúria, por exemplo, é porque ela trouxe toda essa história com ela e essa fúria a ajudou em algum momento para sua sobrevivência. E lutamos contra essas forças
    • Influências de autores de sua época (Darwin, por exemplo)
    • Jaques Laplanche defende que devemos interpretar Freud como uma metalinguagem, como uma metáfora
      • Jaques não acredita nessa carga filogenética e defende que devemos interpretar as teorias do Freud como uma metalinguagem, como metáforas
  • Complexo de Édipo
    • Freud pega a peça “Édipo” para exemplificar um mito que trazemos conosco. Nós amamos, primeiramente, nossa mãe ou o nosso pai. Veríamos o outro pai como rival. Isso ocorre em um momento que não temos memória
    • Então, procuraríamos em nosso parceiro algo que remeta ao nosso pai e a nossa mãe
    • Os filhos, então, tem o objeto de amor que é a mãe ou o pai. Mas, o irmão mais velho veria um irmão mais novo como um obstáculo, mas em um momento posterior o veria como um igual
    • Desenvolve com o irmão um processo de assimilação, agindo em conjunto, é o primeiro contato da pessoa com um grupo
    • Relação gregária entre os membros de um grupo, juntos são mais fortes, os irmãos ajudariam a pessoa a ser um corpo político mais forte na relação com o pai ou a mãe
    • Freud inicia a fala do comportamento gregário a partir a assimilação
  • As pessoas não se reuniriam como uma multidão, mas sim como um horda, de forma organizada, tendo um líder um “pastor”
    • Unidade em uma pessoa, um líder
    • “Pai primordial”

As massas

Primeiramente, o Freud demonstra o que já se sabia sobre as massas e, apenas nos próximos capítulos, expõe suas próprias ideias. Ao escrever esse livro, o Freud estava preocupado com o fanatismo, ele estava refletindo sobre o que havia feito as massas se moverem nas guerras. Ele também estava assistindo o movimento comunista e tinham 2 anos e meio que o nazismo havia nascido. Ele está preocupado com os movimentos de massa de longa duração, mas os três autores que ele vai analisar neste primeiro capítulo analisam a formação imediata das massas nas ruas, como as multidões e atribuem características a essas massas:

  1. Sentimento de poder invencível
      • Ex: nas guerras, um exercito que é muito menor acredita que pode vencer um muito maior
    • As pessoas dentro das massas se sentem extremamente poderosas, as pessoas perdem o medo
  1. Entrega à pulsão (“triebe”)
    • Não é extinto, é a pulsão
  1. Irresponsabilidade das massas (Anonimato)
    • A massa é mais irresponsável, age em um módulo mais solto, mais “id”
  1. Contágio (sentimentos na mesma direção) – “sugestão”
    • Sugestionabilidade: o que um faz, sugere para os outros fazerem igual
    • Imitação
    • Permanecer em harmonia com o coletivo
  1. A massa não conhece dúvida nem incerteza
    • As causas da massa não são questionadas
    • As pessoas ficam mais homogêneas
  1. O que a massa exige de seus líderes é força
    • As pessoas não estão exigindo que o líder esteja fazendo o certo ou algo virtuoso, eles esperam força, capacidade de liderança
    • O fenômeno central do líder era ser uma pessoa segura de si, que não demonstra medo, que passa certeza
  1. O poder mágico das palavras (emoção)
    • As massas são movidas pelos oradores, pela poesia, pela música, pelos sentimentos
  1. Para Le Bon a massa é um rebanho obediente
    • A massa é obediente ao comando do seu líder, as palavras de ordem
  1. Passionalidade e inibição da capacidade intelectual
    • A passionalidade é o módulo onde a massa funciona, as emoções das pessoas ficam soltas
    • Baixa capacidade crítica
    • Nesse momento a pessoa vai inibir sua capacidade crítica
    • Por isso, as pessoas vão viver nesse modo de fanatização

Após a análise dos autores que ja haviam analisado as massas, o Freud inicia a sua própria análise, focado nas massas de longa duração, como o exército, a igreja, organizações sociais etc.

    • A teoria dos afetos (amor/eros – tudo que podemos reunir na categoria amor)
      • Para Freud, nossas conexões estão ligadas ao afeto, que seria uma relação libidinosa (amplo sensu)
      • A libido não seria apenas o sexo, seria o “amor ao outro”, “amor ao próximo”, que ele chamou de “eros”
      • As pessoas se conectariam aos outros por uma questão de afeto, de afinidade, de identificação com o próximo
      • Da mesma forma que o amor une pessoas, o ódio também seria capaz de unir
    • O medo
      • Para Freud, um dos principais afetos que vai fazer com que as pessoas se unam é o medo, o desamparo
      • O medo seria umas das molas propulsoras das organizações sociais
    • O desamparo (pânico): medo desproporcional
      • O medo de estar sozinho, medo de não ter ajuda faria com que as pessoas se agregassem
      • A necessidade de amparo
    • O poder pastoral – os messias
      • Aquele que as pessoas vão seguir cegamente
    • Max Weber (o desencantamento como premissa da modernidade)
      • Antigamente, as pessoas eram mais místicas, mais religiosas, portanto mais propícias a movimentos fanáticos
      • O desencantamento na modernidade seria um efeito da razão, da ciência
      • Será? Como se explica os rompimientos das democracias liberais do séc. XX?
      • Freud contesta isso, ele diz que essa ideia de desencantamento é uma ideia construída por Weber. As sociedades modernas e “racionais”seriam muito propícias a movimentos fanáticos. Para Freud, esse desencantamento não aconteceu
    • As igrejas, os exércitos, as organizações sociais
  • A intolerância aos diferentes e a identificação com os iguais ( os membros da massa)
  • Relação de afeto do membro de massa
    • Para Freud, são essas relações afetivas que vão formar as massas, que ocorrem de duas formas:
      • Com o líder (objeto amado)
      • Com os demais membros (identificação)
  • A multidão não é uma massa
    • Uma multidão é desordenada. Já uma massa é ordenada, tem ideologias, princípios comuns, vai agir como um corpo coeso

Introdução à teoria biopolítica (Michel Foucault)

  • Foucault detecta que teríamos políticas de estado que estariam ligadas
  • Surgem políticas de incentivo da natalidade e controle da mortandade
    • Foucault reflete sobre a violência do estado para estabelecer essas políticas públicas
  • Ele percebeu que a mortandade na vida das famílias era variada, mas em uma macropolítica os números são estáveis. Da mesma forma, ele percebeu que todo ano o número de crianças que nasciam eram mais ou menos ou mesmos
  • Foucault então descobre, sem querer, a estatística
  • Daí vem o nome biopolítica, pois está ligado à vida humana
  • Quanto mais população, mais impostos, mais exércitos
  • Conceitos de “biopolítica”e “biopoder”
  • A biopolítica pensa o coletivo, a população, o povo, a massa de indivíduos entendida como um corpo único
  • Apresentação histórica do conceito de população
  • A diferença entre poder disciplinar e o biopoder
  • A guerra das raças e a guerra interna de um povo: “racismo de estado
    • Na Europa havia a guerra entre as raças, havendo um ódio racial, o estrangeiro era o inimigo
    • “Guerra dos povos”
    • Foucault mostra uma redefinição eugênica dentro dos países. Vai aparecer um desenvolvimento ideológico que vai incentivar politicas públicas: para o meu povo ser mais forte eu preciso eliminar o meu próprio povo quando ele é debilitado ou mais fraco, alcançando, assim, uma população mais forte
    • Na mentalidade da época, uma característica da pessoa seria passada para seus filhos, sendo preciso eliminá-la para que ela não passasse suas características para frente
    • Começa a se desenvolver um preconceito de que a economia não estaria bem devido aos alcoólatras, as pessoas que não trabalham etc
    • Daí se inicia o racismo de estado
    • Passa-se da guerra das raças, para a guerra interna de um povo, gerando o racismo de estado que ocorre sobretudo com os pobres, gerando uma engenia, eliminando-se todas as cargas genéticas negativas
    • Ocorre contra grupos sociais específicos
    • Foucault chama de racismo, pois tem a mesma característica, é uma ficção, as pessoas não são pré-determinadas por raças
  • O racismo de estado está ligado a uma questão étnica
  • Sob o ponto de vista científico, não existem raças humanas, todos temos o mesmo renome. Mas, é possível falar em raça sob o ponto de vista cultural
      • Esse racismo étnico apareceu na colonização
      • A mecânica da colonização é uma lógica evolucionista, de superioridade étnica e, nesse contexto que aparece o discurso do racismo
      • Como se um povo estivesse atrasado no tempo em relação a outro povo
      • A raça vai se tornar um discurso fundamental para o processo de colonização, pois era preciso dizimar raças, escravizar…
      • Era preciso construir um discurso étnico para que isso fosse possível
      • A crença era que a violência era congênere ao povo negro, por exemplo
      • O racismo é que possibilitou a colonização e cresceu por todo o Mundo
    • O texto de Foucault está focado do racismo de estado
      • O racismo de Estado não esta focada nas raças, é um racismo interno, focado no aprimoramento genético daqueles que teriam genes atrasados, é um racismo impregnado a uma matriz genética
      • Então era preciso, dentro de uma mesma raça, cuidar geneticamente desta raça
      • Era preciso cuidar para que uma raça viva, mas para isso era preciso deixar que certas pessoas morressem
      • O racismo de estado não é étnico, pois ocorre dentro de um mesmo corpo étnico
      • Foucault diz que é preciso construir uma cisão, uma fratura, uma fragmentação do corpo social
      • Aciona-se um mecanismo social, para construir um discurso de legitimação da violência do Estado ou da própria população
        • As identidades dos grupos que representam ameaças serão homogeneizadas, estigmatizadas, generalizadas
          • Ex: todo nazista age assim, “bandido bom é bandido morto”, todo baiano é preguiçoso
      • Quando mais racista é um país, mais assassino ele é e mais suicida ele é
      • A morte dos outros é o fortalecimento da raça
        • Morte não seria só matar, é também prender, marginalizar
    • Esses movimentos autoritários compreenderam que era possível construir essa lógica do fanatismo
        • Mobilização permanente
      • É preciso manter as pessoas dentro da mobilização, mantendo o fanatismo acionado

Hannah Arent – Sociedade sem classes

  • Hannah escreve esse livro tentando entender o que aconteceu na Alemanha nazista
  • Plano prático – narrativa histórica – “Anamnésis” da experiência europeia no séc. XX
    • O texto do Freud é teórico, mas o da Hannah é uma narrativa prática do ela ela viu durante sua vida
    • É uma narrativa histórica, em que Hannah faz uma anamnésis, ou seja, uma lembrança proposital, um dever de memória
    • O livro é uma lembrança proposital como objetivo de responder a pergunta “como foi possível o nazismo acontecer?”
    • Anamnésis: Ação de lembrar – lembrança propositada: dever de memória
    • Ela diz que aparentemente a democracia estava instaurada na Europa, então como que dentro de uma sociedade que acreditava ser democrática, pôde acontecer algo assim?
  • Sociedades burguesas – “atomização social” – sociedade competitiva
    • Os regimes autoritários apareceram em sociedades burguesas
    • Atomização social”: cada um vivendo por si, as pessoas se atomizam e se desconectam de tudo
      • Exemplos atuais: uber, über eats, entregadores
    • Consequentemente, a sociedade é competitiva
      • Antes, as pessoas estavam muito mais ligadas a um grupo social, os sindicatos eram mais fortes, as classes tinham mais força
    • Ela vai encontrar uma causa para isso, que é a sociedade capitalista, individualista, competitiva, em que cada um vive para si
    • O modo predominante de vida, pautado no trabalho, na competitividade, no investimento próprio
  • A crise econômica cria campo propício para a entrega ao fanatismo (anos 20 e 30 na Alemanha, sobretudo depois de 1929, com a quebra da bolsa de NY)
    • Logo que termina a guerra, a Alemanha passa por um período muito instável, mas de 1921 a 1929, a Alemanha da sinais de que seria possível sua reestabilização econômica. Então, veio a crise de 1929 e a Alemanha entra em colapso, pois tinha como atividade importante vender para os EUA. Nesse cenário, as pessoas ficaram desesperadas, com medo, criando um campo propício para o desenvolvimento do fanatismo
    • Individualização extrema
  • A Europa havia, aparentemente, consolidado valores democráticos
    • A Alemanha era uma potência cultural e acadêmica. A Itália também
    • Com a liberdade de expressão e valores aparentemente democráticos, existia espaço de fala para que o partido nazista aparecesse
    • Ela faz uma reflexão muito próxima da do Freud. Max Weber dizia que tínhamos passado por uma racionalização, mas o nazismo surgiu em uma sociedade culturalmente avançada, teríamos mesmo passado por essa racionalização?
  • A sociedade que não se importava com política – os indiferentes
    • Os apolíticos: pessoas que odiavam, igualmente, todos os partidos
    • Ela afirma que o nazismo vai nascer e tomar força dessa tolerância, da inércia da população em face dos atos nazistas
    • O totalitarismo não cresce nos radicais, mas na tolerância dos indiferentes, nessa grande maioria silenciosa, que ela vai chamar de “ralé”
    • Sociedade silenciosa mesmo quando percebia os primeiros sinais de violência (fazendo das liberdades democráticas sua escada para o poder)
    • Setores indiferentes ao mal e ao crime: história do nazismo
  • A “ralé” (conceito arendtiano) –  “os filisteus
    • Ralé: para nós significa pobres, incultos. Mas, no conceito de Hannah Arendt essa expressão não foi usada para designar uma classe social, mas sim para designar pessoas “canalhas”, que são capazes de pequenas trapaças, que não pensam coletivo, se importam somente por si. Essa parte da sociedade não cometia os crimes nazistas, mas também não estavam se importando com isso
    • O autoritarismo é minoria, mas conta com a tolerância da maioria
    • Os líderes nazistas não eram pessoas importantes, geniais, eles eram filisteus, que seriam pessoas imediatistas, que só pensam em si, pessoas medíocres, que antes do nazismo eram “fracassados” e, durante o sucesso do governo, só pensavam em suas próprias fortunas e não no coletivo da Alemanha
      • Mas, a população queria desesperadamente acreditar em alguma coisa
  • Os autoritários buscam o poder pelo próprio gozo do poder, nada mais
  • Filisteus, poscritos, ambiciosos
    • As pessoas que tinham poder na Alemanha Nazista não tinham nenhum projeto concreto, eles não tinham nada bom a oferecer, eram pessoas imediatistas, que só pensam em si, que não pertenciam a nenhuma classe específica
    • Sociedade sem classes: sem redes sociais, que são aquilo que exige coisas do governo, que deixam o poder mais frágil
  • Atomismo social e apatia política (sociedade capitalista)
    • A sociedade alemã estava completamente descentralizada, sem redes sociais, as pessoas estavam atomizadas, abrindo brexa para o crescimento do nazismo
    • Com a sociedade moderna de consumo, que é competitiva, essas, cada um trabalha por si e sustenta sua própria casa. A sociedade capitalista formou uma sociedade atomizada. A nova organização social de competitividade, formou uma novo tecido social, atomizado e muito propício ao surgimento de regimes totalitários
    • Uma grande parte da sociedade alemã era apoliítica, apática, não queriam se envolver e não tomavam conhecimento daquilo que estava acontecendo
  • Crítica de Arendt ao anti-intelectualismo (falta de inteligência)
    • Para o funcionamento de um regime de massas, é necessário que as pessoas não estejam pensando direito
    • Esse regime vai ter que conviver com o fanatismo de baixíssima capacidade crítica
    • Aquelas pessoas que começam a criticar esse sistema de forma racional, tornam-se inimigos desse sistema
  • A verdade como mera questão de força
    • A verdade não é uma questão de ser ou não ser verdade, mas sim uma questão de pressão e repetição infinita
    • Agir estratégico sem ética nenhuma. Fabricam-se mentiras, pulverizando-as, sem ética nenhuma
    • Poder e esperteza: não há preocupação com a ética, há brutalidade e violência (isso afasta os lúcidos do debate político)
      • Fazer política por meio da violência é uma forma de fazer política de baixo nível
      • Começa um processo de brutalização do espaço político (intimidação, ameaças; ex: S.A.)
      • No caso de Hitler, o fato dele agir de forma antiética, era uma esperteza
  • Insegurança econômica
    • Os efeitos do medo
      • As pessoas agressivas são as mais inseguras de si, tensas, que tem medo
  • A fragilidade da democracia (uma minoria pode governar, valendo-se da apatia dos demais)
    • Os indiferentes abriram espaço para uma minoria governar
    • Ela defende que a militância, a mobilização política seria muito importante

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